2019 – Tilo – Livro Glorious Black S1: Sobre Inferno

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      Inferno
      Glorious Black
      Orkus! Magazine 2019
      Por: Claudia Zinn-Zinnenburg
      Tradução: Yasmin Amarante

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      Com uma introdução suave, Lacrimosa nos prepara para o Inferno, que segue de forma ardente e apaixonada em Kabinnet der Sinne. Absolutamente erótico e pulverizante, temos a Versiegelt Glanzumströmt, com uma letra e uma mensagem maravilhosa, acompanhadas de sons formidáveis. A capa do CD mostra uma mulher com asas e seminua, capaz de desencadear o inferno no coração. O que aconteceu com o arlequim? O vemos dessa vez na cidade futurista, na grande metrópole só que ao fundo. Talvez sua existência não dependa de sua aparência. A voz característica e encantadora de Anne Nurmi (Ex-Two Witches) agora pode ser ouvida pela primeira vez em No Blind Eyes Can See. Ela também é responsável pela composição da primeira música do Lacrimosa em inglês. Um fogo ardente parece estar constantemente presente em Schakal, uma obra-prima de dez minutos. O que resta quando o fogo está prestes a se extinguir, é o que ouvimos em Vermächtnis der Sonne. Outra faixa em inglês é Copycat, que também é uma das faixas mais cativantes e pesadas do álbum. Novamente, tudo aquilo que ouvimos do Lacrimosa até agora parece estar incluído em Der Kelch des Lebens, que encerra o álbum como um fogo ardente que eventualmente se extingue lentamente. Nessa fantástica experiência musical, ou você escolhe congelar até a morte no frio ou reacender sua chama interior pressionando “repeat” em seu aparelho de som.

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      “A linguagem é uma ferramenta e você deve usá-la de acordo.”

      Orkus: Em 1994 nenhum álbum foi lançado. Anne Nurmi agora conta como membro permanente do Lacrimosa. Caso você ainda se lembre: como foram os primeiros cinco minutos do primeiro encontro pessoal com Anne?

      Tilo Wolff: Relativamente breve e sem muitas palavras. Mesmo antes de ouvi-la cantar no palco, nos encontramos em Munique brevemente nos bastidores quando fizemos uma turnê em conjunto com a banda Two Witches, que ela fazia parte na época, e nos acompanharam como banda de abertura. Eu não sabia quem ela era naquele momento mas presumi que ela pertenceria ao Two Witches. O resto é história.

      O: O álbum Inferno foi lançado em 1995. Qual foi a motivação para você lançar esse álbum?

      TW: Mesmo antes de conhecer a cena gótica, eu ouvia metal e também punk. O Iron Maiden foi uma das minhas primeiras bandas favoritas e eu era um grande fã do Guns ‘n’ Roses! No entanto, o metal costumava ser muito raso para mim e eu sentia falta da profundidade emocional. Um tempo depois, quando conheci o Gothic Rock, adorei a profundidade, a tragédia, mas senti falta do peso. Era meu sonho combinar os dois, juntando gótico e metal. Quando lancei o single Schakal em 1994, levei um verdadeiro tapa na cara: os DJs góticos não tocavam porque achavam que era muito metal e os metaleiros não tocavam porque diziam que era muito gótico. Eu estava praticamente sozinho lá no começo. Então iniciei a série de festivais “Dark Winter Nights” com alguns amigos, para a qual convidamos bandas de gothic e metal. Esse foi o primeiro encontro dos dois gêneros na Alemanha, o que em algumas cidades gerou brigas entre os públicos das diferentes cenas. É algo difícil de se acreditar do ponto de vista de hoje. Então a coisa toda começou a se abrir, mas infelizmente, até hoje a mídia do metal está significativamente envolvida de forma unilateral: a cena gótica se abriu para o metal, mas o metal não se abriu da mesma forma para a cena gótica. Uma banda de metal tornou-se bastante normal na mídia gótica e nos festivais góticos de hoje, infelizmente o contrário não é o caso!

      O: Há também duas faixas em inglês no álbum: Copycat e No Blind Eyes Can See. Foi uma decisão fácil para você?

      TW: Eu me senti á vontade em criá-las, pois algumas coisas simplesmente podem ser expressas de melhor forma em outras línguas. Um texto como Copycat não teria o mesmo impacto em alemão. A língua alemã é maravilhosamente poética por um lado e fascinantemente concreta por outro, mas não muito direta e, acima de tudo, não muito vulgar. Um boxeador não bate com uma pena, e um pintor não desenha com uma luva de boxe. A linguagem é uma ferramenta e você deve usá-la de acordo.

      O: Você se lembra das diferentes reações à música Copycat?

      TW: As reações ainda são fascinantes até hoje! A princípio houve rejeição de todos os lados. A música então se tornou um sucesso nos clubes góticos alemães, deixando os metaleiros que gostavam mais de Schakal relativamente frios. Nos países ocidentais e europeus, no entanto, Copycat é um dos maiores sucessos de todos e dizem que há pessoas que vêm aos nossos shows apenas por causa dessa música.

      O: E o que você acha da Copycat hoje?

      TW: Em primeiro lugar, é sempre uma festa tocar a Copycat ao vivo porque ela é apenas divertida e não é tão profunda, ou melhor, não é nada profunda ou pesada emocionalmente falando. Assim, podemos nos presentear com uma pausa emocional no palco e isso nunca é demais! Além disso, ainda me lembro muito bem da noite em que compus a linha de baixo e também da estrutura básica dela e sim, ainda gosto muito, muito da música!

      O: A capa desse álbum também recebeu aplausos muito especiais. O que mais te empolgou na criação dele?

      TW: Como grande fã de arquitetura e cinema, pude soltar minhas rédeas quanto ao meu amor por edifícios monumentais e visionários, usando de inspiração o filme Metrópolis (1927). Também transferi a complexidade da personagem da capa de Satura para outro nível. O foco, porém, é a referência ao Inferno de Dante com vistas à modernidade e ao que acontece conosco, membros da sociedade na modernidade e seus centros, as grandes cidades.

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