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19 de agosto de 2017 às 00:40 #300Karina Bruschi PinottiMestre
Na entrevista abaixo realizada em 2004, Tilo Wolff conta aos leitores do Rock Online de onde vem suas inspirações, fala sobre seu método de composição e a expectativa da vinda para o Brasil.
– Como foi escolhido o nome Lacrimosa para a banda?
Tilo Wolff: Quando fiz a capa de minha primeira fita demo, 1990, eu tinha que arranjar um nome para o meu projeto. Como eu não tinha idéia de que iria produzir futuros álbuns ou mesmo lançar álbuns algum dia, eu simplesmente pensei no meu compositor favorito, W. A. Mozart, em sua obra, “Requiem” e sua bela composição, “Lacrimosa”, que eram minha maior fonte de inspiração naquela época.
– E quanto ao logo tipo com o palhaço?
Tilo Wolff: Para visualizar as emoções e sentimentos que eu queria passar com minha música eu procurei algo que fosse simples porém forte. Aí veio a idéia do arlequim [N do T: mesmo que palhaço], inspirado no maravilhoso trabalho do Charles Chaplin.
– O Lacrimosa tem uma música realmente poderosa, emocional, obscura e melancólica. Que bandas podem ser consideradas inspiração para compor?
Tilo Wolff: Como músico o que me inspira são os grandes compositores como Mozart, Vivaldi. Mas também cito bandas como o Bauhaus, Joy Division e Hazel O’Connor. Este tipo de música me toca profundamente.
– Para que os fãs conheçam um pouco mais sobre o compositor e o homem por trás do Lacrimosa… O que você tem ouvido ultimamente, por exemplo, qual o último CD que ouviu?
Tilo Wolff: O último CD no meu som foi, à duas noites atrás, “The pros and cons of hitch hiking” do Roger Waters, um dos meus músicos e compositores favoritos.
– E sobre filmes e livros, poderia citar seus favoritos?
Tilo Wolff: Assim como eu ouço diferentes estilos de música, também gosto de diversos tipos de filmes. Por exemplo gosto de filmes de ação, de terror e românticos. Alguns dos meus favoritos são “Luzes da Ribalta” do Charles Chaplin, “Barry Lyndon” do Stanley Kubrick, aliás adoro todos os filmes dele, e “A Estrada Perdida” do David Lynch. Adoro assistir filmes mas infelizmente tenho pouco tempo para ler. Mas quando tenho tempo, gosto de ler Franz Kafka ou Ernest Hemingway.
– Você já está pensando em um novo álbum?
Tilo Wolff: Estou trabalhando em novas canções já que estou constantemente compondo, mas até agora não pensei em um novo álbum. Estive muito ocupado nesses últimos meses… em breve vocês terão mais notícias!
– Sobre o método de composição do Lacrimosa, a banda participa deste processo de alguma forma? Como isso é feito?
Tilo Wolff: Não há banda como se costuma pensar já que o Lacrimosa é uma visão das almas de Anne Nurmi e a minha. Se houvesse um processo de criação com toda a banda, o Lacrimosa poderia ser uma banda até melhor mas não seria tão pura como é!
A composição começa, normalmente quando eu escrevo uma letra e se eu tenho a inspiração, essa letra pode precisar de outra dimensão. Eu sento ao meu piano e começo a escrever a música e os arranjos. Depois eu gravo uma demo e começo a pensar quais músicos se encaixariam para tocá-la, e também para tocar as composições de Anne.
– Quanto aos planos para lançar um DVD…
Tilo Wolff: Sim, tenho planos… espere e verá!
– O Lacrimosa tem algumas canções em inglês, algumas em alemão e outras em finlandês. Por que você escreve em diferentes línguas? As letras em inglês não podem alcançar um público maior, já que a língua é mais conhecida mesmo em países que não a tem como língua oficial?
Tilo Wolff: Bem, não é uma questão de qual língua pode atingir um público maior. A questão é: de qual língua a música precisa. Algumas coisas eu só consigo expressar em uma lingua variada como o alemão e outras eu posso usar uma língua mais direta como o inglês. E como a Anne é finlandesa, ela prefere escrever algumas canções em sua língua natal.
– Nas músicas do Lacrimosa você fala basicamente de suas emoções. De que forma você acha que essas letras afetam os fãs?
Tilo Wolff: Eu descobri que algumas pessoas começaram a refletir mais sobre sua vida interior (introspecção) depois de ouvir o Lacrimosa. Alguns se inspiram e se abrem com maior facilidade. Parece que o Lacrimosa ajuda com que sintonizem e conheçam seus sentimentos. É claro que muitos ouvem o Lacrimosa apenas por diversão. De qualquer forma eu espero que as letras não sejam a única coisa que as pessoas gostem no Lacrimosa.
– Existe alguma canção do lacrimosa que tenha um significado especial ou represente algum momento especial da sua vida?
Tilo Wolff: Veja, todas as canções são uma parte de mim e todas tem um sentido especial para mim. Eu não escrevo canções apenas para completar o número de músicas de um álbum.
– Com todos esses conflitos pelo mundo você sente alguma responsabilidade em transmitir algo politizado através de sua música?
Tilo Wolff: Isso é algo muito perigoso. Só porque existem pessoas ouvindo minha música eu não tenho o direito de lhes dizer o que é certo ou errado já que não sou melhor ou mais inteligente do que ninguém. Mas é claro que existem algumas coisas acontecendo pelo mundo afora que me magoam e é claro que eu falo e canto sobre elas.
– Ouvimos dizer que vocês estão planejando uma apresentação no Brasil.. É verdade? Alguma novidade para nos contar?
Tilo Wolff: Eu espero que sim. Queremos muito tocar no Brasil e estamos conversando para marcar uns shows por aí, em julho. Não sei se vai dar certo. Infelizmente não posso confirmar se vamos ou não para o Brasil este ano. Mas, cedo ou tarde iremos para seu país. [N do R: foi confirmada a apresentação do Lacrimosa na cidade de São Paulo no dia 28/07/2004.]
– Quanto a outros planos para o futuro…
Tilo Wolff: Não gosto de falar de planos futuros…
– Comentários finais? Muito obrigrado pela entrevista, esperamos que o Lacrimosa venha ao Brasil em breve…
Tilo Wolff: Eu quero agradecer à nossa audiência no Brasil que nos apoia de modo tão entusiástico e também queria agradecer ao Lu Wolff, que criou nosso primeiro fã clube brasileiro (www.lacrimosa.brasil.com.br
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